Geralmente quando discutimos questões relacionadas de um modo geral ao Ensino Superior, vem sempre a nossa mente as atividades consideradas fundamentais/definidoras e indissociáveis: o ensino, a pesquisa e a extensão.
O que na realidade se verifica, é que estas três atividades ou não acontecem, ou acontecem deficitariamente.
Esclareçamos nossa posição como pontos iniciais para discussões mais aprofundadas.
Aluno com a cabeça cheia |
O ensino na maioria dos Cursos Superiores é limitado pela prioridade dada à transmissão de conhecimentos, que devem ser acumulados na cabeça do estudante e expelidos durante as avaliações. Não há a preocupação dos professores (com exceções, evidentemente), de contribuir para que o aluno pense por si próprio. Não há o incentivo às discussões, nem se prepara o aluno para uma reflexão crítica sobre os conteúdos transmitidos. E aí entra na polêmica, se o objetivo do Curso é apenas formar uma mão-de-obra especializada para o mercado de trabalho como qualquer Curso Técnico, ou se além disso se pretende formar também homens de ciência.
A pesquisa na graduação, é tratada de maneira tão fora da realidade, que não compreendemos como se insiste em falar numa atividade tão mal compreendida, inexpressiva e raramente praticada. Dois grandes obstáculos se antepõem à sua prática: pesquisa requer tempo, pesquisa requer preparo. Não se pode fazer pesquisa nos intervalos das aulas. Só um pequeno número de alunos têm disponibilidade para dedicar-se à pesquisa. E os professores têm tal disponibilidade?
Pesquisa cientifica não se improvisa. A preparação do aluno, forçosamente deve ir desde a escolha do tema com sua devida problematização e hipótese à definição dos métodos e técnicas de pesquisa; do levantamento bibliográfico e/ou documentais à coleta de dados; da organização dos fichamentos à crítica dos dados, sem esquecermos que tudo isto, exige, por sua vez, conhecimentos de algumas normas da ABNT quanto à referência e às citações. Como preparar o aluno-pesquisador cujos únicos horários que dispõem aluno e professor são as 2 ou 4 horas de aulas semanais de disciplinas realmente voltadas para a pesquisa?
Se o ensino é deficiente e a pesquisa é impraticável, o que dizer da extensão enquanto atividade indissociável e integrada às duas primeiras? Ora, se são indissociáveis mas o ensino é deficiente e a pesquisa inexistente, consequência lógica: não há lugar para a extensão.
Mais ainda: Qual sua natureza organizacional e operacional? Pode-se reduzir a extensão universitária à prestação de serviços assistenciais? Na verdade não se parte do diagnóstico das reais carências das comunidades locais para a integração Instituição-comunidade. Em algumas Instituições religiosas que atuam no Ensino Superior, os alunos dos vários Cursos de graduação praticam atividades consideradas extencionistas junto às comunidades, pelo caráter cristão-missionário da própria Instituição de ensino.
Voltaremos ao assunto.
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