Por Aluizio Moreira
LUCKESI, Cipriano et al. Fazer universidade: uma proposta metodológica. 16.ed., São Paulo: Cortez, 2010.
Obra escrita a quatro mãos – Cipriano Luckesi, Elói Barreto, José Cosma, Naidison Baptista – “Fazer Universidade” como eles mesmos declaram, é o resultado de toda uma prática vivenciada pelos autores enquanto professores que orientavam a disciplina “Metodologia do Trabalho Cientifico” na Universidade de Feira de Santana.
Trata-se de um trabalho centrado prioritariamente numa discussão acerca do papel e do significado da Universidade enquanto Instituição voltada para a pesquisa, o pensamento crítico, a produção e a difusão do conhecimento. Este é o fio condutor de toda obra.
O livro está estruturado em quatro partes – Fazer Universidade: uma denúncia e uma aspiração; - Produção e transmissão do conhecimento como forma de fazer Universidade; - A apreensão do conhecimento como instrumento do Fazer Universidade; - Expressão do conhecimento como modo de Fazer Universidade.
Os autores inicialmente fazem uma abordagem acerca do conhecimento e da produção cientifica, salientando a importância da disciplina Metodologia do Trabalho Cientifico como proposta política “como o é toda e qualquer proposta educativa”, sem que se reduza tal disciplina a “um amontoado de técnicas”. Travam toda uma discussão sobre a Universidade, seu papel na sociedade, como ela é e como, na ótica dos autores, deverá ser, “não como uma simples escola superior". Concluem o capitulo apresentando um esboço histórico da Universidade européia do séculos XVII ao XIX, e da nossa Universidade surgida nos meados do século XIX.
Em seguida (Parte II), enfocam as questões do conhecimento enquanto “compreensão do mundo” e ao mesmo tempo como um embasamento para a ação, preparando o leitor para uma discussão envolvendo o conhecimento filosófico e o cientifico, tipos considerados fundamentais para a prática universitária, enquanto produtora do conhecimento.
Ainda nessa parte da obra, fazem uma abordagem em relação à produção do conhecimento, elencando os princípios orientadores dessa atividade – espírito crítico, senso da realidade, humildade, elemento de libertação – além de algumas formas de ação que devem nortear a conduta o pesquisador.
Finalizando essa parte, concluem com o capítulo voltado para um histórico da produção e transmissão do conhecimento no Brasil, desde a fase colonial.
A terceira parte do livro é dedicada ao estudo da apreensão do conhecimento, cuja ideia central é a leitura sob dois aspectos: a) leitura como entendimento do mundo e b) leitura como decodificação do pensamento escrito compreendido criticamente. Esses dois aspectos são trabalhados minuciosamente como processo, enquanto prática de leitura, como estudo da palavra escrita e como critica da palavra escrita.
Na última parte da obra, após uma breve retomada do conhecimento como expressão do mundo e como apropriação da realidade, são apresentados alguns procedimentos práticos da produção do conhecimento, salientando, entre eles, a estrutura da redação, a orientação cientifica do trabalho acadêmico, a criação e problematização do tema, a elaboração de fichas de documentação pessoal, a estrutura de apresentação do trabalho cientifico escrito, de acordo com as normas metodológicas.
Em apêndice, são feitas algumas considerações acerca do significado da Universidade, a postura critica que devem assumir os alunos e a produção do conhecimento como instrumento do Fazer Universidade.
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