sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Eleições para além dos limites dos Municípios


Por Aluizio Moreira



Estamos próximos das eleições para o Executivo e Legislativo Municipais neste ano de 2016. A maioria dos eleitores ou não dão muita importância à eleição para vereadores, ou admitem que o papel do vereador é além de “acompanhar s ações do poder executivo”, procura apenas defender os interesses do município e ao bem-estar da população local, preocupando-se exclusivamente com o saneamento básico, educação fundamental, saúde, transporte coletivo, moradia, coleta de lixo, iluminação pública, proteção ambiental, etc. 

É evidente que tudo que traga melhorias para as condições de vida é importante para a população local. Mas é necessário também que o cidadão em sua cidade, compreenda que muitas dos serviços diretamente ligados ao município, têm relação direta com o que acontece na esfera dos poderes políticos no Estado, como da politica adotada a partir do Congresso Nacional e pelo direcionamento político e econômico dado pelo Governo Federal. 

Daí a importância que devemos empreender, não só acompanhando as decisões e acontecimentos ao nível do Estado e do Município, como acompanhando as decisões e os acontecimentos ao nível de Governo Federal. Os fatos que acontecem a nível de Governo Federal, trazem graves consequências para a população local. Ou seja, o cidadão não deve apenas se limitar a reivindicar melhorias para seu município, mas também voltar sua atenção para as políticas traçadas pelo Governo Federal,  apoiando-as ou não. 

Está aí o Governo de Michel Temer, acenando para “mudanças” que fatalmente atingirão todo o cidadão comum nas cidades mais afastadas dos centros de decisões politicas. As alterações que se farão relativas à lei da aposentadoria, à saúde publica, ao sistema de ensino (Fundamental e Superior), às questões das mulheres, aos movimentos sociais e das minorias excluídas (negras, indígenas, LGBT), aos Direitos Humanos, trarão sérias consequências, obviamente, para todo e qualquer cidadão, onde quer que ele habite.

Por outro lado não podemos nos limitar apenas em defender um Governo nos marcos de uma democracia, cada vez mais exclusiva, que começa e termina nas eleições. 

As conquistas que o povo brasileiro conseguiu alcançar pela luta das forças democráticas e populares, estão sempre ao sabor dos interesses das tendências da classe burguesa no poder: ora avançando por influencia da corrente liberal chamada progressista, ora retroagindo por imposição da corrente conservadora.

Até quando nosso povo viveremos, ao sabor das forças burguesas hegemônicas no poder? Quando teremos nossas conquistas asseguradas e constantemente avaliadas e aperfeiçoadas em beneficio da maioria da população sem o perigo de retrocessos? Na medida em que o povo conquiste a verdadeira democracia, com a instituição do Poder Popular, que ponha um fim ao Governo Representativo, que se foi um avanço com a instituição do voto universal e secreto, tornou-se um seu oposto, cujos representantes não representam os interesses dos representados. 

Bem que a Câmara de Vereadores poderia ser um dos espaços de uma verdadeira representação popular, juntamente com os diversos setores das populações nos sindicatos, nas comunidades, nas organizações étnico-raciais, nas sedes do movimento LGBT.  

Tudo vai depender da vontade e da organização popular, a começar pela renovação da Câmara que não deve se limitar a uma simples troca de nomes, mas eleger aqueles que apresentem uma proposta socialmente mais igualitária, mais humana.
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Como desmontar a Ciência e Tecnologia brasileiras

CNPq, entidade essencial ao desenvolvimento nacional, é o alvo da vez. Série de cortes brutais em Educação e Ciência escancara um Brasil q...