O Cais Estelita, foco e centro de uma mobilização histórica no Recife, para que o que é do povo sirva a ele e não aos ricos. Foto de Gilmar Moreira/2014 |
O Brasil está metido numa das maiores enrascadas de sua história. O golpe que levou os ricos ao governo está destruindo o Brasil em ritmo vertiginoso.
O desemprego massacra quase 15 milhões de pessoas, a fome voltou a rondar o dia a dia dos mais pobres e estima-se que 20 milhões de pessoas terão renda inferior a 5 reais/dia até o final de 2017, o fim da CLT ameaça o retorno a termos contratuais para o trabalho similares aos do período da escravidão, os gastos com saúde e educação para os mais pobres estão em queda livre, e ronda a ameaça do fim da aposentadoria para os mais frágeis.
É uma verdadeira hecatombe econômica e social detonada por uma elite sem projeto para o país e que vive às custas dos juros que o Estado lhes paga –a única despesa governamental que não foi cortada depois do golpe.
Como superar a crise de maneira positiva para o povo, num cenário de derrotas sucessivas de seus representantes, dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais? Como retomar o diálogo entre a esquerda/segmentos progressistas e a grande e sofrida massa da população, que vive um momento de apatia, encolhimento e entorpecimento pelo massacre midiático promovido pelos meios de comunicação de propriedade e a serviço dos ricos?
Como mudar a maré em favor dos mais pobres?
É preciso um programa que dialogue com as pessoas, que faça sentido para suas vidas cotidianas, que de fato abra perspectivas de um futuro melhor.
É hora de apresentar uma agenda compacta, factível, inteligível, que deve ser apresentada ao povo brasileiro de maneira massiva, insistente, que se torne conversa nas famílias, nas escolas, nos bares, nas ruas.
Uma plataforma para mobilizar, para vencer eleições, para unificar a reivindicação dos movimentos sociais. Um projeto para o país.
Poucas medidas. Linguagem simples. Que fale ao coração das pessoas e desperte um sentimento, uma expressão de “ah, mas é isso mesmo!”.
Aqui está uma sugestão para esta plataforma. Cinco pontos apenas. Não pode ter mais. Tem que ser simples, capaz de ser recitado de cabeça e coração.
Este programa não elide a possibilidade de outros projetos, para outras áreas, sobre temas diversos. Mas eles devem ser subordinados aos cinco que são a oferta da esquerda e dos progressistas para o país.
Que pontos podem compor este programa? Segue um rascunho, que deve ser conversado, dialogado, pensado. Só tem uma regra: pode ficar menor e mais enxuto, nunca maior.
O que fazer para que o Brasil seja apropriado por seu povo?
Plebiscito para todas as medidas aprovadas pelo Congresso durante o governo Temer –o povo deve decidir sobre seu futuro. A Constituição de 1988 é a referência institucional do país.
Retomada do crescimento e combate ao desemprego com programa de renda cidadã para toda a população, investimentos públicos prioritários em educação pública e no SUS.
Limites para o pagamento de juros aos ricos e redução da taxa de juros para favorecer investimentos produtivos.
Reforma agrária e urbana, para garantir terra, moradia e transporte barato.
Combate incansável à corrupção e a todo o desvio de dinheiro que é do povo e deve ser destinado a ele.
A situação é dramática. Mas não é uma condenação eterna, não é uma sentença de morte, não é o fim do caminho.
É possível abrir um novo caminho, regar a esperança, fazer a hora.
[Texto coletivo rascunhado por Mauro Lopes, depois de uma conversa/aprendizado com Antônio Martins, Artur Araújo, Gilberto Maringoni e Igor Fuser]
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FONTE: Outras Palavras
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