segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Os indignados

Por Aluizio Moreira


Confesso que desconheço quem introduziu esta palavra no vocabulário mundial.

O termo caiu bem como característica de inúmeros movimentos populares surgidos nos últimos anos em todo mundo (!). Movimentos que atingiram seu ápice, ganhando uma dimensão tal,  como nenhum outro movimento verdadeiramente internacional até hoje.

O que há de comum em todos esses movimentos? 

São movimentos de protesto, de revolta mesmo! contra a situação econômico-social criada pelo capitalismo globalizado da atualidade. Movimentos que surgiram e se expandiram independentemente de partidos, de organizações sindicais.

Tudo indica que o responsável pela criação do termo Indignados tenha sido Stéphane Hessel Frédéric. 

Judeu-alemão nascido em Berlim, em 20 de outubro de 1917, naturalizado Frances em 1939, Stéphane Hessel sobreviveu ao campo de concentração, fez parte do movimento de resistência Frances, é diplomata, embaixador e escritor, tendo participado da edição da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.

Em 2010 Hessel publicou seu ensaio Indignez-vous (*)  que já vendeu mais de 3 milhões exemplares traduzidos em basco, catalão, italiano, alemão, grego, esloveno, espanhol, croata, hebraico, coreano, japonês, húngaro. Nos Estados Unidos a obra foi traduzida em julho de 2011. 

Hessel indigna-se contra o grande abismo existente entre ricos e pobres, contra os crimes que vitimam os palestinos, contra a corrupção, defende a necessidade de uma imprensa livre, conclamando o povo a combater as injustiças e a miséria.

Daí por diante o nome indignados passou a ser utilizado para caracterizar todos os movimentos ocorridos em vários países nos dois últimos anos: a primavera árabe, os protestos na Espanha, na Grécia, Inglaterra, Israel, Chile, Estados Unidos, México Portugal, Itália.
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(*) Há uma edição brasileira: Indignai-vos. São Paulo: Leya Brasil, 2011.

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