terça-feira, 2 de setembro de 2014

10 mulheres revolucionárias que você provavelmente não conhece


Por Mameha


Todo mundo conhece os grandes revolucionários da história, como Che Guevara, mas a contribuição de mulheres em revoluções costuma ser sempre diminuída, quando não totalmente apagada. Certamente, muitas mulheres lutaram e morreram por um mundo melhor e também existem aquelas que foram protagonistas em vários movimentos. Algumas pegaram em armas, outras usaram a força das palavras, mas todas lutaram por algo em que acreditavam.


Nadezhda Krupskaya

Muita gente conhece Nadezhda simplesmente como a esposa de Lenin, mas ela era uma revolucionária bolchevique e política eleita. Ela esteve fortemente envolvida em uma variada gama de atividades políticas, incluindo o de ministra da Educação da União Soviética de 1929 até sua morte em 1939. Esteve engajada em vários movimentos pela educação, e antes da revolução serviu como secretária do grupo Iskra, cuidando da correspondência, inclusive decodificando muitas delas. Depois da revolução, Nadezhda se dedicou a melhorar o acesso à educação de trabalhadores e camponeses, como a abertura de bibliotecas com livre acesso por todos.


Nadezhda Krupskaya


Constance Markievicz

Constance Markievicz foi uma condessa anglo-irlandesa, política dos partidos Sinn Féin e Fianna Fáil (Partido Republicano) nacionalista revolucionária, suffragette (movimentos de mulheres pelo direito de voto) e socialista. Ela participou dos esforços de independência irlandesa, incluindo o Éirí Amach na Cásca, a Revolta da Páscoa, em 1916, na Irlanda, onde teve papel de liderança. Durante a revolta, ela chegou a esfaquear um atirador inglês antes de ser forçada a recuar e se entregar. Foi a única mulher a ser colocada na solitária entre os 70 presos depois da revolta. Foi sentenciada à morte, mas foi perdoada por ser mulher. O conselho judiciário disse que ela “implorou” por sua vida e que por ser mulher eles não teriam coragem de fuzilá-la. Porém, os registros do tribunal dizem que ela os enfrentou: “Desejo que o seu pelotão tenha a decência de me fuzilar”.

Constance também foi a primeira mulher eleita para a Câmara dos Comuns inglesa (Dez. 1918), cargo que ela recusou devido às ideologias do partido.

Constance Markievicz

Petra Herrera

Durante a Revolução Mexicana, soldados mulheres conhecidas com soldaderas entraram em combate, junto dos homens, embora sofrem constantes abusos da parte deles. Uma das mais conhecidas soldaderas foi Petra Herrera, que ignorou seu gênero e passou a usar o nome de Pedro Herrera. Como Pedro, ela ganhou reputação por demonstrar espírito de liderança (e explodindo pontes). Participou da segunda batalha de Torreón, em 30 de maio de 1914, junto de outras 400 mulheres, apesar de muitas dizerem que ela merecia todo o crédito pela campanha. Infelizmente, Pancho Villa não queria dividir sua glória com uma mulher e não a promoveu para General. Como retaliação, Petra deixou as forças de Villa e formou sua própria brigada, só de mulheres.

Las Soldaderas

Nwanyeruwa

Nwanyeruwa, uma mulher Igbo na Nigéria, incitou uma guerrilha tida como a primeira grande batalha contra a autoridade britânica na África Ocidental durante o período colonial. Em 18 de novembro de 1929, uma discussão entre Nwanyeruwa e um homem do censo chamado Mark Emereuwa acabou mal depois que ele a mandou “contar seus bodes, ovelhas e pessoas”. Entendendo que isso era uma taxação (e normalmente mulheres não eram cobradas em impostos) ela discutiu a situação com outras mulheres, levando a protestos e à Women’s War, ao longo de dois meses. Cerca de 25 mil mulheres de várias regiões da Nigéria se envolveram, protestando e contestando as mudanças nos impostos e o poder irrestrito dos chefes tribais. No fim, a situação das mulheres teve significativa melhora, com os britânicos baixando os impostos, bem como com a demissão forçada de vários chefes.

Mulheres nigerianas da guerrilha


Lakshmi Sehgal

Lakshmi Sahgal, também conhecida como Capitã Lakshmi, foi uma revolucionária no movimento de independência da Índia, oficial do Exército Nacional Indiano e, posteriormente, Ministra de Assuntos das Mulheres do governo de Azad Hind. Nos anos 40, ela comandou o regimento Rani of Jhansi, totalmente composto por mulheres, cujo objetivo era derrubar o Raj britânico na Índia colonial. O regimento foi um dos poucos regimentos femininos da Segunda Guerra Mundial de qualquer lado e ganhou este nome devido à outra grande mulher e revolucionária indiana, Rani Lakshmibai, uma das líderes nas Rebeliões de 1857.

Lakshmi Sehgal

Sophie Scholl

Revolucionária alemã, Sophie foi membro fundadora de um grupo de resistência anti-nazista, não agressivo, chamado A Rosa Branca, que pregava uma resistência ativa contra o regime de Hitler através de panfletagem anônima e grafitagem pelas ruas. Em fevereiro de 1943, ela e vários membros foram presos por distribuírem panfletos na Universidade de Munique e sentenciadas à morte na guilhotina. Cópias do panfleto, entitulado O Manifesto dos Estudantes de Munique foi contrabandeado para fora do país e milhões deles foram jogados de aviões sobre a Alemanha por forças aliadas naquele mesmo ano.

Sophie Scholl

Blanca Canales

Blanca Canales foi uma nacionalista porto-riquenha que ajudou a organizar as Filhas da Liberdade, braço feminino do Partido Nacionalista de Porto Rico. Ela foi uma das únicas mulheres da história ergueu uma revolta contra os Estados Unidos, conhecido como o Levante Jayuya. Em 1948, uma lei restritiva, conhecida como Lei 53, foi introduzida em Porto Rico e proibia a impressão, publicação, venda ou exibição de qualquer material que tivesse a intenção de paralisar ou destruir o governo insular. Em resposta, os nacionalistas começaram a planejar uma revolução armada. Em 30 de outubro de 1950, Blanca e outros pegaram em armas que ela tinha escondido em casa e marcharam para a cidade de Jayuya, tomando a delegacia, queimando o posto dos correios, cortando cabos telefônicos e hasteando a bandeira de Porto Rico em retaliação à Lei 53.

O presidente dos Estados Unidos declarou Lei Marcial e ordenou que o Exército e a Força Aérea atacassem a cidade. Os nacionalistas conseguiram resistir por um tempo, mas foram presos e sentenciados à prisão perpétua três dias depois. Boa parte de Jayuya ficou destruída e o “incidente” não foi coberto pela mídia norte-americana, onde o presidente dizia que houve um “incidente entre porto-riquenhos”.


Blanca Canales

Celia Sanchez

Quase todo mundo conhece Fidel Castro e Che Guevara, mas poucos já ouviram falar de Celia Sanchez, a mulher no núcleo da Revolução Cubana e dizem os rumores que era a tomadora de decisões. Depois do golpe de 10 de março de 1952, Celia juntou-se à luta contra o governo de Batista. Foi a fundadora do Movimento 26 de Julho, líder de esquadrões de combate durante a revolução, responsável pelos recursos das campanhas e fez os preparativos para a famosa viagem do Granma, o iate que transportou os 82 revolucionários do México para Cuba para depor Batista. Depois da revolução, Celia permaneceu com Castro até sua morte.

Celia Sanchez e Che Guevara


Kathleen Neal Cleaver

Kathleen Neal Cleaver foi membro do Partido dos Panteras Negras e a primeira mulher a participar das tomadas decisões do mesmo. Ela agiu como porta-voz e secretária de impressa, além de ter organizado uma campanha nacional para libertar o ministro da defesa do partido, Huey Newton, que estava preso. Ela e outras mulheres, como Angela Davis, compunham cerca de 2/3 do Partido, desmentindo a afirmação de que o PPN era, majoritariamente, masculino.

Kathleen Neal Cleaver

Asmaa Mahfouz

Asmaa Mahfouz é uma revolucionária dos tempos atuais, tendo agido em janeiro de 2011 nas revoltas do Egito, por meio de um vídeo em seu blog onde ela encorajou vários outros a se juntarem à ela em protesto na Praça Tahrir. É considerada uma das líderes da Revolução Egípcia e é um proeminente membro da Coalizão Egípcia pela Juventude Revolucionária.

Asmaa Mahfouz



FONTE: http://mamehame.wordpress.com

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