Por Aluizio Moreira
Existem determinadas formas de um autor expor seus pensamentos, que por serem tão evidentes para nós leitores, torna difícil reproduzirmos aquelas idéias com nossas palavras, sem que corramos o risco de repetirmos, palavra por palavra, o que o autor expôs. É que nos aconteceu com o texto que transcrevemos a seguir:
Existem determinadas formas de um autor expor seus pensamentos, que por serem tão evidentes para nós leitores, torna difícil reproduzirmos aquelas idéias com nossas palavras, sem que corramos o risco de repetirmos, palavra por palavra, o que o autor expôs. É que nos aconteceu com o texto que transcrevemos a seguir:
Todos têm uma forma de compreender o mundo, especialistas e não-especialistas, escolarizados e não-escolarizados. Ela é uma necessidade para o ser humano, pois ninguém age nem pode agir sem saber ‘para onde’ e ‘por que’ vai. Só se pode viver e agir a partir de um entendimento do sentido e do significado do mundo e da realidade. (LUCKESI & PASSOS, 2004, p. 83)
Essa “concepção geral do mundo da qual decorre uma forma de agir” (POLITZER apud LUCKESI & PASSOS, idem, p. 83) – é como George Politizer define filosofia – é que nos orienta na cotidianidade e que está na base da ação humana diante dos fatos que acontecem na sociedade da qual fazemos parte. Daí podermos afirmar que fazer ou deixa de fazer alguma coisa, acreditar ou deixar de acreditar em determinados princípios, são posicionamentos decorrentes dessa concepção do mundo.
Uma outra questão se coloca diante de cada um: ora, se nossas ações e crenças são produtos de nossa concepção do mundo e admitindo que cada um tem determinada concepção do mundo, um mesmo objeto de estudo pode ter ou expressar tantas formas ou significados quanto sejam aquelas concepções? Ora, se cada objeto de estudo assume a forma e o significado que cada um dos sujeitos lhe atribui, onde está a verdade? Ou não existe uma verdade, mas várias verdades para os vários sujeitos cognoscentes?
Segundo João Álvaro Ruiz (2006, p. 115)
Estudar o problema da verdade não é outra coisa senão análise das relações de conformidade do pensamento humano com seu objeto de conhecimento. Não seria possível consolidar a possibilidade da ciência sem que se admitisse a possibilidade da verdade.
Se a verdade existe para a ciência (não há ciência fundamentada em êrro) o que não exclui a falibilidade da ciência, pois o que é verdade hoje pode não sê-lo amanhã, “a verdade deixa de ser certeza ou evidência para transformar-se em busca, produção e construção” (LUCKESI & PASSOS, idem, p. 60).
A verdade está no julgamento do sujeito sobre o objeto ou no próprio objeto? Se consideramos que o objeto é real e independe do sujeito para existir, tanto a verdade como o erro estão no julgamento do sujeito sobre o objeto, não no objeto mesmo.
Obras citadas:
LUCKESI, Cipriano C.; PASSOS, Elizete S. Introdução à filosofia: aprendendo a pensar. 5. ed., São Paulo: Cortez, 2004.
RUIZ, João Álvaro Ruiz. Metodologia científica: guia para eficiência nos estudos. 6.ed, São Paulo: Atlas, 2006.
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