domingo, 14 de agosto de 2011

O Capitão América e o Império norte-americano

Por Aluízio Moreira

Para as novas gerações o filme atualmente em exibição no país – Capitão América – é mais um filme de super-heróis como outros. Com certeza crianças e adolescentes vibrarão com esse personagem saído das histórias em quadrinhos para as telas. Como tantos outros super-heróis – Batman, Homem Aranha, Superman, Homem de Ferro – Capitão América simboliza, sob a ótica norte-americana, a luta do bem contra o mal, a defesa da justiça e da liberdade.

O Capitão América, creio, vai mais longe, pois é a própria personificação da sociedade dos Estados Unidos, até nas cores do seu vestuário e apetrechos. Dir-se-ia, inclusive, que mais do que os demais super-heróis, a história do Capitão América, incorpora a História dos Estados Unidos, na medida em que sempre se faz presente em vários momentos críticos e conflituosos da História norte-americana.

É fato sabido, que o surgimento do Capitão América em quadrinhos, aconteceu em março de 1941, em plena 2ª Guerra Mundial, como paladino de luta contra o nazismo, expressa na capa da Revista na qual aparece o Capitão América desfechando um tremendo soco no Hitler. 

Talvez se procurasse preparar o cidadão norte-americano para o envolvimento do seu pais naquele conflito, como se esse ato revelasse o desprendimento, o compromisso do país com a liberdade e contra a tirania, onde quer que se fizesse necessário. Cultuava-se o orgulho americano.

Em novembro do mesmo ano, as forças armadas dos Estados Unidos partiam para o campo de batalha.

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, não tendo mais nazistas para combater, o Capitão América sai de sena.

O interessante é que a partir daí, a História do Capitão América é marcada por intervalos em que os quadrinhos deixam de circular para retornar em determinados momentos, sempre atrelados a períodos de conflitos políticos e sociais, internos e externos: para o combate ao crime organizado, na luta contra o comunismo na época do macarthismo, em defesa dos direitos civis quando afloram as questões raciais, contra o crime de espionagem que rondam a Casa Branca, na luta contra o terrorismo e nos momentos dos conflitos no mundo árabe.

Quem sabe seu ressurgimento neste ano de 2011 nas telonas da sétima arte, não seja para salvar o Império norte-americano da crise que vive atualmente!

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